Novembro de 2011
“Não nos deixes cair em tentação,
Mas, livra-nos do Mal”.
(Mt 6,13
A impiedade, aridez da alma, deserto do vazio que desalma, manifesta-se na indiferença, que é o desconhecimento do outro em seu potencial ou estado carencial. Embora negadas, ao menos duas presenças ante(agonizantes) e ante(agonizadas), na indiferença estão envolvidas. Quando isso parte de cá para lá, há uma ruptura caracterizada como a mais (res)sentida, embora de lá para cá possa também acontecer, abrindo feridas. A (re)ação diferente é para a parte que a torna realizada e para a outra pela qual a ação é recebida. Aquele que pratica a indiferença nega o que de comum a natureza humana a ambos está vinculada. Esse ato de negação abre portas à injustiça, por negar ao outro o que faria a ambos solidários, por uma ética fundada no próximo consequentemente. O ato de impiedade torna a matriz da qual o ato procede incapacitada para também reconhecer o valor de que está todo o ser humano está investido e que nega num ato indevido. Relações humanas se tornam assim alteradas.
A indiferença, expressão refinada da impiedade, tanto desafiadora quanto desumana, é movediça qual duna em ventania. Age na noite com efeitos visíveis no dia.
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