Vivificam Cibus
O Alimento que dá Vida
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
"O Arroz de Palma"
Trechos do livro "O Arroz de Palma", de Francisco Azevedo.
"Família é prato difícil de preparar.
São muitos ingredientes.
Reunir todos é um problema...
Não é para qualquer um.
Os truques, os segredos, o imprevisível.
Às vezes, dá até vontade de desistir...
Mas a vida... sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.
O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.
Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas.
Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade.
Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo.
Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante.
Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe.
Ela, a mais apaixonada.
A outra, a mais consistente... Já estão aí? Todos? Ótimo! Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados.
Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola.
Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona.
E a gente chora mesmo.
De alegria, de raiva ou de tristeza.
Primeiro cuidado: Temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa. Atenção também com os pesos e as medidas.
Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: É um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível.
Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido.
Outra coisa: É preciso ter boa mão, ser profissional.
Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte.
As vezes o ídolo da família, o bonzinho, o bola cheia que sempre ajudou azedou a comida só porque meteu a colher. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita.
Bobagem! Tudo ilusão! Família é afinidade, é à Moda da Casa.
E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces.
Outras, meio amargas.
Outras apimentadíssimas.
Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha.
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo.
Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir. Enfim, receita de família não se copia, se inventa.
A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia.
A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança.
O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie.
Não ligue para etiquetas.
Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro.
Aproveite ao máximo.
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete!
Família: Feliz quem tem e sabe curtir, aproveitar e valorizar..." Amem-se, Perdoem -se, Aceitem-se, Suportem-se e vivam como se hoje fosse o último dia que você vai estar com a sua família!
Família privilégio pra quem a tem!
"Família é prato difícil de preparar.
São muitos ingredientes.
Reunir todos é um problema...
Não é para qualquer um.
Os truques, os segredos, o imprevisível.
Às vezes, dá até vontade de desistir...
Mas a vida... sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.
O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.
Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas.
Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade.
Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo.
Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante.
Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe.
Ela, a mais apaixonada.
A outra, a mais consistente... Já estão aí? Todos? Ótimo! Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados.
Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola.
Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona.
E a gente chora mesmo.
De alegria, de raiva ou de tristeza.
Primeiro cuidado: Temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa. Atenção também com os pesos e as medidas.
Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: É um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível.
Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido.
Outra coisa: É preciso ter boa mão, ser profissional.
Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte.
As vezes o ídolo da família, o bonzinho, o bola cheia que sempre ajudou azedou a comida só porque meteu a colher. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita.
Bobagem! Tudo ilusão! Família é afinidade, é à Moda da Casa.
E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces.
Outras, meio amargas.
Outras apimentadíssimas.
Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha.
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo.
Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir. Enfim, receita de família não se copia, se inventa.
A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia.
A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança.
O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie.
Não ligue para etiquetas.
Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro.
Aproveite ao máximo.
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete!
Família: Feliz quem tem e sabe curtir, aproveitar e valorizar..." Amem-se, Perdoem -se, Aceitem-se, Suportem-se e vivam como se hoje fosse o último dia que você vai estar com a sua família!
Família privilégio pra quem a tem!
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Um hábito que muda o dia: a prece de “oferecimento da manhã”
Se quisermos que o nosso relacionamento com Deus cresça, temos que dedicar tempo todos os dias a conversar com Ele
Lembre-se sempre: Roma não foi construída em um dia! No geral, os bons resultados na vida demandam tempo – e isto vale também para a conquista dos bons hábitos, que vão sendo adquiridos e assimilados de forma gradual.
Existem hábitos que aprofundam a nossa relação com Deus, e, como acontece em qualquer relação, eles correm o risco de enfraquecer se não forem praticados regularmente.
Se quisermos que o nosso relacionamento com Deus cresça, temos que dedicar tempo todos os dias a conversar com Ele.
Um hábito essencial para isto é o do oferecimento matutino.
Em seu livro “Os 7 hábitos cotidianos das pessoas santas e apostólicas”, o pe. John McCloskey o descreve desta forma: “Ajoelhe-se e ofereça para a glória de Deus o dia que está prestes a começar.
Você pode usar uma prece já existente ou simplesmente as suas próprias palavras”.
Você pode escolher a prece que preferir. Eu, pessoalmente, assim que acordo, digo “Sérviam” (“Eu servirei”, em latim – é o oposto à declaração rebelde de Lúcifer, “Non serviam”). Simples, mas muito poderosa.
Uma oração de oferta muito reconhecida é a de Santa Teresinha de Lisieux:
“Meu Deus, eu te ofereço todas as ações que realizarei hoje com as intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus. Quero santificar as batidas do meu coração, os meus pensamentos e as minhas obras, inclusive as mais simples, unindo-as aos seus méritos infinitos, e reparar as minhas faltas lançando-as à fornalha do seu Amor misericordioso.
Ó meu Deus! Quero pedir-te, para mim e para os meus entes queridos, a graça de cumprir perfeitamente a tua santa vontade, de aceitar por teu amor as alegrias e tristezas desta vida passageira, para que estejamos um dia reunidos no céu para toda a eternidade. Que assim seja“.
Ao fazer uma prece de oferecimento da manhã, você dedica a Deus, também, todo o resto do seu dia. Isto lhe dará as forças para enfrentar tudo o que as próximas horas lhe reservarem!
Fonte:http://pt.aleteia.org/2016/08/22/um-habito-que-muda-o-dia-a-prece-de-oferecimento-da-manha/
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Um Pai que nos concede sua presença diária em todo tempo e lugar! Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Eis uma pergunta que vai causar muita surpresa, muitos comentários e muita gente não vai compreender: VOCÊ SE ORGULHA DO SEU DEUS?
E por que surpresa?
Porque, genericamente, poucos são aqueles que, CONSCIENTEMENTE, tem um Deus, crêem Nele, tem FÉ Nele e confiam Nele até ter a certeza de que Ele não lhes faltará.
Menos ainda são os que oram para Ele, antes de começar a fazer qualquer coisa. Isso significa CRER MENOS NELE do que em você ou em algum ser humano, companheiro, parente, amigo, adivinho ou até um falso profeta.
EU ME ORGULHO DO MEU DEUS!
Ele não resolve todos os meus problemas mas me dá vida, saúde e tudo o que preciso, com tal freqüência e de forma tão visível, que não há como não percebê-lo.
Me ensinou a congregar com os irmãos de FÉ, na Igreja, que é um lugar de aconchego, amor e solidariedade.
Me permitiu conhecer o perdão. O perdão como uma DECISÃO. Como um PROCESSO.
Como um ato de OBEDECER AOS SEUS ENSINAMENTOS.
Me permitiu ver, perceber e acreditar que mil cairão ao meu lado e dez mil a minha direita mas eu não serei atingido.
Com sua Palavra, a Palavra de Deus, atua sobre mim transformando-me para melhor de forma lenta, porém, gradual e contínua.
E, acima de tudo me dá a paz. A tranqüilidade. A segurança e a confiança na vitória.
Eu me orgulho do meu Deus. Mas, mais do que isso, eu o amo e me sinto cheio do seu Espírito, em cada momento de minha vida.
AMÉM.
Fonte: Prof. Dr. Newton Paiva - https://www.facebook.com/newton.paiva.142?fref=nf&pnref=story
sábado, 16 de julho de 2016
“A coisa mais imoral da Terra é atacar alguém por suas virtudes.”
Inveja, etimologicamente, do latim: invidia, “não ver”. Segundo os dicionaristas, desgosto pelo bem alheio. Desejo de possuir o que o outro tem (acompanhado de ódio do possuidor).
A inveja é produto do desconforto desencadeado pelo sentimento de inferioridade. No mito bíblico que descreve a criação do mundo, a derrocada da humanidade é deflagrada quando a astuta serpente – invejosa da supremacia de seu Criador – oferece à mulher o pomo proibido, depositário do conhecimento do bem e do mal. Ainda conforme a gênese bíblica, o primeiro fratricídio praticado sobre a Terra é igualmente patrocinado pela inveja.
Admitir-se invejoso significa reconhecer-se medíocre numa ou noutra área da vida, razão pela qual a inveja é o mais refutado dos sentimentos.
Todo mundo se vê como invejado. Invejoso, claro, é sempre o outro.
Nada obstante, quando uma pessoa se ufana de nunca ter sentido inveja, não se trata, sói óbvio, de uma criatura pronta para ser canonizada, mas de alguém que se recusa a lidar com os próprios sentimentos.
Resquício do nosso instinto de conservação, a inveja nos é inata. Não é necessário aprendê-la. Quando bem compreendida e direcionada, transforma-se em sadia admiração pelos feitos alheios e consequente estímulo à ampliação das próprias potencialidades. Quando reprimida, converte-se em atitude de frustração vingativa. Nessas condições, serve de base para críticas mordazes, comportamentos corrosivos e, não raro, criminosos que visam sempre a destruição do invejado.
Com seu vocabulário lúcido e conciso, a filósofa e dramaturga Ayn Rand (1905-1982) fala acerca do que ela denominou “A Era da Inveja.”
Por Elenízia Bernardes.
Fonte: Revista Pazes
Por Elenízia Bernardes.
Fonte: Revista Pazes
Como Sabotamos a nossa Vida sem Perceber
A vida não é como uma linha reta. Ela não é um conjunto de horários e de gráficos. Não há nada errado se você não terminou os seus estudos numa determinada idade, se você é casado ou não, se encontrou um emprego estável ou se começou a formar a sua própria família, etc. Você necessita entender que, se você não se casou com seus 25-30 anos, se não se tornou vice-presidente aos 33 ou se não encontrou a felicidade na idade X, ninguém pode julgá-lo ou condená-lo.
E, se porventura alguém o fizer, isso de nada importa. Você pode questionar o caminho traçado a qualquer tempo. Pode dar um tempo a si mesmo para parar e descobrir o que, de fato, o inspira. Você tem direito a esse tempo (muitos se esquecem disso).
Não raro começamos o planejamento das nossas vidas no colegial e assim seguimos os planos. Com base nesses planos vem o curso a ser estudado, o trabalho a executar…
Depois de um tempo, levantamos todas as manhãs e vamos ao trabalho, não por livre escolha diária, mas porque devemos confirmar a decisão que tomamos um dia.
Mas um dia acordamos em meio à mais profunda depressão, intuimos que nos prende e que não nos deixa viver plenamente, mas não saberemos do que se trata. Assim, destruímos nossa vida.
Por que será que é tão grande a nossa ânsia por relacionamentos?
Por que somos tão obcecados pela a ideia de “estar” com alguém e não com a de “ser” alguém?
Esse sentimento que nasce da necessidade de dormir com alguém que esteja ali para suprir a nossa necessidade de atenção e não os nossos verdadeiros sentimentos, não é o tipo de amor que vai nos inspirar a acordar às 6h da manhã e abraçar a pessoa que dorme ao lado.
É preciso encontrar um amor que nos transforme no melhor que somos. Não nos ceguemos no vazio do “não quero dormir sozinho”. Estar sozinho é bom. Passe algum tempo com você mesmo, coma sozinho, durma sozinho e, dentro de algum tempo, você encontrará coisas novas e interessantes sobre você, coisas de que nem suspeita. Você vai crescer como pessoa e encontrará o que o inspira, será de fato o dono dos seus sonhos e crenças.
Quando chegar o dia de encontrar aquela pessoa que faça cada uma das células do seu corpo dançar, você se sentirá confiante com ele ou com ela, porque tem confiança em si mesmo.
É preciso saber esperar!
Destruímos nossa vida ao permitir que o passado tenha controle sobre nós.
Na vida flui… Essa é a sua principal característica! Nela, há decepções, frustrações, dias em que você se sente um nada… Esses sentimentos chegam fortes e de malas feitas. Parece que vieram para ficar por muito tempo, mesmo, mas não devemos permitir que eles nos controlem.
Se você permitir que cada situação desagradável se torne o prisma que define sua percepção das coisas, verá o mundo de forma negativa e distorcida. E, se você permitir isso, corre o risco de ficar parado num mesmo lugar por anos, por estar convencido, por exemplo, de que é estúpido; de deixar passar o amor, porque você sente que a sua ex lhe deixou por não ser bom o suficiente e agora você não acredita em mulheres (ou nos homens).
É como um círculo vicioso. Se não se permitir deixar o seu passado para trás, você contuará a ver o mundo através da janela suja do passado.
Destruímos nossa vida quando nos comparamos com os outros.
A quantidade de seguidores que você tem no Instagram nada diz do seu valor como pessoa. O número de zeros à direita em sua conta bancária não terá nenhum efeito real sobre a sua compaixão, inteligência ou felicidade. Alguém que tenha duas vezes mais propriedades do que você poderá não vai experimentar um tipo especial de alegria.
Sinceramente? O fato de aquele velho colega de faculdade ter postado fotos no Facebook naquele resort fantástico ou no hotel mais bacana da cidade não faz a menor diferença na sua vida. Todo mundo sabe disso, mas, ainda assim, muitas vezes se compara e se sente “por baixo”, nessas situações.
Estamos presos no falso mundo das redes sociais, ainda que provavelmente isso não nos leve à morte, mas nos destrua gradualmente ao criar em nós a necessidade de nos sentir “importantes” e pressionar os outros para que também sigam esse ideal.
Destruímos nossa vida ao nos privar das emoções.
Tememos que os outros saibam o quanto significam a nós. Muitas vezes, o interesse por alguém pode parecer até uma loucura. Sim, expressar as suas emoções por alguém faz com que você se torne um pouco mais ’vulnerável’, mas não há nada errado com isso; pelo contrário: pode ser algo mágico e encantador desnudar a alma e mostrar-se honesta e integralmente.
A pessoa a quem você ama tem o direito de saber o quanto ela o inspira. Diga, por exemplo, à sua mãe que você a ama. Diga isso mesmo quando você estiver diante dos seus amigos ou nas redes sociais. Seja forte o bastante para não permitir que a sua alma se torne uma pedra.
Destruímos nossa vida quando passamos a suportá-la ao invez de desfrutá-la. Quando nos conformamos com menos do que desejávamos inicialmente, destruímos as possibilidades que vivem dentro de nós e é como trair a nós mesmos e a nosso potencial.
Quem disse que o próximo Michelangelo não está sentado agora na frente da tela do computador, organizando documentos alheios porque precisa para pagar as contas ou porque trabalhar assim é mais fácil do que buscar seus sonhos?
A vida, o trabalho e o amor estão inevitavelmente ligados entre si. Estejamos prontos para ver, na diversidade e na imprevisibilidade, a felicidade que a vida nos dá.
O texto foi livremente adaptado pela Equipe da Revista Pazes.
Fonte: Revista Pazes
sexta-feira, 15 de julho de 2016
ANTIGAMENTE, A GENTE SE CASAVA PARA FICAR CASADO.
Longe de mim a pretensão de sugerir que todo mundo siga esta regra, norma, tradição ou que nome tenha.
Existiam as chamadas “BODAS”, sendo as principais a de Prata (25 anos); a de Ouro (50 anos) e a de Diamante (60 anos), onde se comemorava a conquista de tantos anos de casamento.
Com a redução da mortalidade infantil e a ampliação do tempo de vida das pessoas, (hoje a vida média brasileira beira os 75 anos), logo teremos que criar um novo nome para as “Bodas” de 70 anos de união e vida conjugal.
Não que, naquele tempo, houvesse uma obrigação de ficar casado. Nem que não existissem problemas de relacionamento. Não que não houvesse o adultério, a formicação, a infidelidade e a prostituição. E eram também conhecidos casos de alcoolismos, que tanto perturbavam os casamentos.
Mas havia o COMPROMISSO, A ATITUDE, A POSTURA, O ESPÍRITO DE LUTA, O DIÁLOGO, A VONTADE DE VENCER OS PROBLEMAS E A RESPONSABILIDADE DE CRIAR, JUNTOS, OS FILHOS QUE FORAM POSTOS, CONJUNTAMENTE, NO MUNDO.
O papel, fundamental, sempre foi da mulher. Salomão em seu livro de Provérbios, capítulo 14, verso 1, da Palavra de Deus, escreveu: “A MULHER SÁBIA EDIFICA O SEU LAR, MAS A MULHER TOLA O DESTRÓI COM AS PRÓPRIAS MÃOS”.
Hoje as coisas estão completamente mudadas. Casa e descasa-se como se isto fosse uma coisa sem nenhuma relevância. Anos de namoro e tempos de “ficante” não solucionam o problema. Mesmo com tudo isso, desmancha-se casamento menos de 20 dias após o ato. Aí me pergunto: Será que não estará faltando alguma coisa? Será que não estará faltando a vontade dos dois casados? Será que não estará faltando o esforço e o desejo daquele mais amadurecido, dos dois, para continuar a luta?
OU SERÁ QUE ESTÁ FALTANDO A PRESENÇA DE DEUS NESTA RELAÇÃO?
Quem tem FÉ sabe que Deus pode restaurar uma família em crise. Que Ele pode reconstruir um relacionamento esfacelado, ainda que muitos sejam os motivos.
Se isto se aplica a você, dê uma chance a Deus para trazer-lhes de volta os SENTIMENTOS QUE UM DIA EXISTIRAM.
Pode até parecer um milagre.
Mas milagres existem. Posso testemunhar um grande número deles. Agindo Deus quem impedirá? Posso garantir, após 52 anos de casado, que valerá a pena.
Se você colocar Deus no seu casamento, através da oração, Ele não lhe faltará.
Mas coloque com FÉ.
Fonte: https://www.facebook.com/newton.paiva.142?fref=nf
quinta-feira, 14 de julho de 2016
Evangelho de São Mateus 11, 28-30 e Comentário final
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Mateus.
– Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28 “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso.
29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
– Palavra da Salvação
Jesus traz toda a leveza de que nosso coração precisa
Quando estamos em Jesus, a mansidão de coração nos ajuda a ver as coisas de forma mais leve e suave
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” (Mateus 11, 28).
Comentário
Quem de nós, em algum momento de nossa vida, alguma etapa de nosso dia, ou o dia inteiro, está cansado e fatigado? Cada um de nós tem um fardo a carregar. Traduzo “fardo” como obrigações, compromissos e responsabilidades. Nenhum de nós tem uma vida envolta na maré mansa; pelo contrário, todos nós temos muitas coisas sobre o nosso olhar e nossos ombros.
Alguns têm a responsabilidade de cuidar da casa, da família, do trabalho e dos estudos, e a isso ainda se somam as contrariedades, as coisas que não dão certo e não andam tão bem. Há também as doenças. Cada um conhece o tamanho de seu fardo!
Algumas vezes, olhamos para dentro de nós e há uma certa insatisfação com o que estamos vivendo ou fazendo. Perdemos um pouco do gosto pelas coisas e caímos no desgosto para com a vida e as coisas do jeito que estão. Muitas vezes, até uma coisa muito simples torna-se um fardo pesado. Jesus sabe o quanto o fardo pesa para nós, Ele sabe quantas durezas temos na vida e conhece como andam as coisas ao nosso redor. Sobretudo, sabe como andam as coisas dentro de nós, em nosso coração e na nossa vida.
Por isso, Ele está dizendo: “Vinde a mim!”. Precisamos ir até Jesus, pois Ele já veio até nós. Mas por que precisamos ir até Ele? Porque Ele quer pegar o nosso cansaço, nossa fadiga, e nos dar o Seu jugo, porque Ele é manso e humilde de coração.
Jesus está nos dizendo que, na mansidão e na humilde de coração, encontramos o descanso de que nossa alma precisa! Ele está nos dizendo que levamos as coisas a sério demais, que damos a elas um peso maior do que merecem. Cristo quer nos dizer que a vida merece ser mais leve, e isso não quer dizer que ela não deva ser séria. No entanto, não pode ser encarada com esse peso que costumamos lhe dar, como transformar coisas pequenas em grandes, fazer tempestades num copo d’água. Não podemos nos ofender por qualquer coisa, magoarmo-nos com qualquer situação e achar que tudo está ruim, que tudo pode ser uma tragédia, que há um complô contra nós! Não podemos olhar tudo sobre o prisma da negatividade.
Quando estamos em Jesus, a mansidão de coração nos ajuda a ver as coisas de forma mais leve e suave.
Quando estamos em Jesus, precisamos ter humildade de coração, para não buscarmos coisas elevadas e grandiosas demais para nós, coisas que nos deixem sobrecarregados.
Façamos o essencial com dedicação e amor.
Não podemos desistir do outro, não podemos desistir de nós, pois o que não deu certo, hoje, pode dar certo amanhã.
Quando estamos em Jesus, não ficamos acumulando tantas coisas ao nosso redor nem dentro de nós, ficamos com o essencial!
Não cultivamos a vaidade de ouvir dos outros o quanto estamos belos por fora, entretanto vazios por dentro. A vaidade é assim: ela embeleza e esvazia. Muitos, a confundem com auto-estima. Mas a auto-estima não é ser bonita por for fora, mas é ser bonita por dentro. E essa beleza é talhada como um artesão talha sua escultura. As pessoas procuram ser desejadas pela internet, se envaidecem e acabam destruindo suas vidas, seus relacionamentos, suas famílias. Quantas famílias estão deixando a via sacra, para se banquetearem no mundo em busca da felicidade vazia? Da liberdade de outros tempos? Quantas buscam relacionamentos virtuais? Quantas pessoas estão se perdendo e fazendo de Deus um "Se tiver que ser será"! Colocam a responsabilidade nas mãos de Deus, para não assumirem seus erros e suas traições!
Não brinquem com Deus, com o sonhado por Ele.
Dificuldades há e sempre haverá. Assim disse Jesus!
O mundo oferece mais! Os amigos oferecem mais! A amante oferece mais! A internet oferece mais! A liberdade oferece mais!
De fato, oferece.
Mas só Jesus e na sua palavra é que temos a garantia do que foi oferecido, será realizado. Lembrem-se a vaidade e a cobiça cegam e miopiza.
Não deixem suas vidas pelo Mundo.
Mas transformem o Mundo com suas vidas, no testemunho da ação, do ser e não do ter!
Sejam exemplos de superação de todas as dificuldades em seus relacionamentos pessoais, matrimoniais e sobretudo! Consigo mesmo.
Superem-se na falta do perdão, do amor e da comunhão.
Que Jesus, manso e humilde de coração, traga toda a leveza de que nosso coração precisa!
Deus abençoe você!
Fonte: Irmão da Comunidade Shalon
Fonte: Irmão da Comunidade Shalon
sábado, 5 de dezembro de 2015
Às Claras - Padre Aírton Freire
"Às claras eu colocarei diante do Senhor todos os momentos vividos até aqui.
Às claras, eu colocarei diante do Senhor, a razão principal que me faz existir.
Colocarei diante daquele que me ama, tudo aquilo que meu coração agora reclama.
Aquilo que não compreendo, aquilo que não entendo, aquilo que mesmo em relação a quem eu amo, me desentende, aquilo que está me alegando ou pelo qual estou sofrendo, às claras eu colocarei diante do Senhor.
Eu pedirei aquele que me ama, que não permita, por um instante sequer, que minha alma experimente a vergonha de não amá-lo com o devido respeito que lhe é devido, que eu não honre o seu nome da forma que merece.
Eu pedirei ao Senhor a graça do que mais engrandece; que eu não chegue a fazer o que ensoberbece; que um profundo egoísmo, embora disfarçado, possa vir em mim algum dia habitar; pois sei que, assim, os laços que nos unem poderiam se quebrar.
Às claras, eu colocarei ao Senhor, a minha razão de viver e crer, e lhe pedirei que purifique o que trago pelo nome do que chamo amor; que em seu nome não me seja causado nem eu venha a causar a ninguém dissabor, embora tenha que pontuar em certos momentos aquilo que com o amor não se combina, para que eu não viva à deriva, como os que não têm um projeto de vida, como se cumprisse uma sina.
Que o fruto permaneça e que o amor seja condição.
Às claras, eu colocarei diante do Senhor o que de mais fundo acontece em meu coração e lhe pedirei a graça do segmento, mesmo que para isto eu tenha de viver e de pagar, com um certo sofrimento, por coerentemente querer viver.
Que o Senhor nunca se afaste de mim e esteja presente em todo o meu agir.
Às claras, eu colocarei diante do Senhor o que se passa em mim, mais profundamente aqui, do lado esquerdo do peito, ali onde só tem entrada, o que estiver alinhado a este querer, que por vezes se faz desencontrados, que por vezes nem se compreende de si mesmo achado.
Eu pedirei ao Senhor, Às claras, de me revelar o que me faz estar aqui."
(Pe. Airton Freire) - www.fundacaoterra.org.br
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
Discurso na íntegra do Papa Francisco na sede das Nações Unidas, pronunciado em 25 de setembro de 2015
Nova Iorque (RV) - Discurso na íntegra do Papa Francisco na sede das Nações Unidas, pronunciado em 25 de setembro de 2015.
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores!
Mais uma vez, seguindo uma tradição de que me sinto honrado, o Secretário-Geral das Nações Unidas convidou o Papa para falar a esta distinta assembleia das nações. Em meu nome e em nome de toda a comunidade católica, Senhor Ban Ki-moon, desejo manifestar-lhe a gratidão mais sincera e cordial; agradeço-lhe também as suas amáveis palavras. Saúdo ainda os chefes de Estado e de Governo aqui presentes, os embaixadores, os diplomatas e os funcionários políticos e técnicos que os acompanham, o pessoal das Nações Unidas empenhado nesta LXX Sessão da Assembleia Geral, o pessoal de todos os programas e agências da família da ONU e todos aqueles que, por um título ou outro, participam nesta reunião. Por vosso intermédio, saúdo também os cidadãos de todas as nações representadas neste encontro. Obrigado pelos esforços de todos e cada um em prol do bem da humanidade.
Esta é a quinta vez que um Papa visita as Nações Unidas. Fizeram-no os meus antecessores Paulo VI em 1965, João Paulo II em 1979 e 1995 e o meu imediato antecessor, hoje Papa emérito Bento XVI, em 2008. Nenhum deles poupou expressões de reconhecido apreço pela Organização, considerando-a a resposta jurídica e política adequada para o momento histórico, caracterizado pela superação das distâncias e das fronteiras graças à tecnologia e, aparentemente, superação de qualquer limite natural à afirmação do poder. Uma resposta imprescindível, dado que o poder tecnológico, nas mãos de ideologias nacionalistas ou falsamente universalistas, é capaz de produzir atrocidades tremendas. Não posso deixar de me associar ao apreçamento dos meus antecessores, reiterando a importância que a Igreja Católica reconhece a esta instituição e as esperanças que coloca nas suas actividades.
A história da comunidade organizada dos Estados, representada pelas Nações Unidas, que festeja nestes dias o seu septuagésimo aniversário, é uma história de importantes sucessos comuns, num período de inusual aceleração dos acontecimentos. Sem pretender ser exaustivo, pode-se mencionar a codificação e o desenvolvimento do direito internacional, a construção da normativa internacional dos direitos humanos, o aperfeiçoamento do direito humanitário, a solução de muitos conflitos e operações de paz e reconciliação, e muitas outras aquisições em todos os sectores da projecção internacional das actividades humanas. Todas estas realizações são luzes que contrastam a obscuridade da desordem causada por ambições descontroladas e egoísmos colectivos. Apesar de serem muitos os problemas graves por resolver, todavia é seguro e evidente que, se faltasse toda esta actividade internacional, a humanidade poderia não ter sobrevivido ao uso descontrolado das suas próprias potencialidades. Cada um destes avanços políticos, jurídicos e técnicos representa um percurso de concretização do ideal da fraternidade humana e um meio para a sua maior realização.
Por isso, presto homenagem a todos os homens e mulheres que serviram, com lealdade e sacrifício, a humanidade inteira nestes setenta anos. Em particular, desejo hoje recordar aqueles que deram a sua vida pela paz e a reconciliação dos povos, desde Dag Hammarskjöld até aos inúmeros funcionários, de qualquer grau, caídos nas missões humanitárias de paz e reconciliação.
A experiência destes setenta anos demonstra que, para além de tudo o que se conseguiu, há constante necessidade de reforma e adaptação aos tempos, avançando rumo ao objectivo final que é conceder a todos os países, sem excepção, uma participação e uma incidência reais e equitativas nas decisões. Esta necessidade duma maior equidade é especialmente verdadeira nos órgãos com capacidade executiva real, como o Conselho de Segurança, os organismos financeiros e os grupos ou mecanismos criados especificamente para enfrentar as crises económicas. Isto ajudará a limitar qualquer espécie de abuso ou usura especialmente sobre países em vias de desenvolvimento. Os Organismos Financeiros Internacionais devem velar pelo desenvolvimento sustentável dos países, evitando uma sujeição sufocante desses países a sistemas de crédito que, longe de promover o progresso, submetem as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência.
A tarefa das Nações Unidas, com base nos postulados do Preâmbulo e dos primeiros artigos da sua Carta constitucional, pode ser vista como o desenvolvimento e a promoção da soberania do direito, sabendo que a justiça é um requisito indispensável para se realizar o ideal da fraternidade universal. Neste contexto, convém recordar que a limitação do poder é uma ideia implícita no conceito de direito. Dar a cada um o que lhe é devido, segundo a definição clássica de justiça, significa que nenhum indivíduo ou grupo humano se pode considerar omnipotente, autorizado a pisar a dignidade e os direitos dos outros indivíduos ou dos grupos sociais. A efectiva distribuição do poder (político, económico, militar, tecnológico, etc.) entre uma pluralidade de sujeitos e a criação dum sistema jurídico de regulação das reivindicações e dos interesses realiza a limitação do poder. Mas, hoje, o panorama mundial apresenta-nos muitos direitos falsos e, ao mesmo tempo, amplos sectores sem protecção, vítimas inclusivamente dum mau exercício do poder: o ambiente natural e o vasto mundo de mulheres e homens excluídos são dois sectores intimamente unidos entre si, que as relações políticas e económicas preponderantes transformaram em partes frágeis da realidade. Por isso, é necessário afirmar vigorosamente os seus direitos, consolidando a protecção do meio ambiente e pondo fim à exclusão.
Antes de mais nada, é preciso afirmar a existência dum verdadeiro «direito do ambiente», por duas razões. Em primeiro lugar, porque como seres humanos fazemos parte do ambiente. Vivemos em comunhão com ele, porque o próprio ambiente comporta limites éticos que a acção humana deve reconhecer e respeitar. O homem, apesar de dotado de «capacidades originais [que] manifestam uma singularidade que transcende o âmbito físico e biológico» (Enc. Laudato si’, 81), não deixa ao mesmo tempo de ser uma porção deste ambiente. Possui um corpo formado por elementos físicos, químicos e biológicos, e só pode sobreviver e desenvolver-se se o ambiente ecológico lhe for favorável. Por conseguinte, qualquer dano ao meio ambiente é um dano à humanidade. Em segundo lugar, porque cada uma das criaturas, especialmente seres vivos, possui em si mesma um valor de existência, de vida, de beleza e de interdependência com outras criaturas. Nós cristãos, juntamente com as outras religiões monoteístas, acreditamos que o universo provém duma decisão de amor do Criador, que permite ao homem servir-se respeitosamente da criação para o bem dos seus semelhantes e para a glória do Criador, mas sem abusar dela e muito menos sentir-se autorizado a destruí-la. E, para todas as crenças religiosas, o ambiente é um bem fundamental (cf. ibid., 81).
O abuso e a destruição do meio ambiente aparecem associados, simultaneamente, com um processo ininterrupto de exclusão. Na verdade, uma ambição egoísta e ilimitada de poder e bem-estar material leva tanto a abusar dos meios materiais disponíveis como a excluir os fracos e os menos hábeis, seja pelo facto de terem habilidades diferentes (deficientes), seja porque lhes faltam conhecimentos e instrumentos técnicos adequados ou possuem uma capacidade insuficiente de decisão política. A exclusão económica e social é uma negação total da fraternidade humana e um atentado gravíssimo aos direitos humanos e ao ambiente. Os mais pobres são aqueles que mais sofrem esses ataques por um triplo e grave motivo: são descartados pela sociedade, ao mesmo tempo são obrigados a viver de desperdícios, e devem sofrer injustamente as consequências do abuso do ambiente. Estes fenómenos constituem, hoje, a «cultura do descarte» tão difundida e inconscientemente consolidada.
O carácter dramático de toda esta situação de exclusão e desigualdade, com as suas consequências claras, leva-me, juntamente com todo o povo cristão e muitos outros, a tomar consciência também da minha grave responsabilidade a este respeito, pelo que levanto a minha voz, em conjunto com a de todos aqueles que aspiram por soluções urgentes e eficazes. A adopção da «Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável», durante a Cimeira Mundial que hoje mesmo começa, é um sinal importante de esperança. Estou confiado também que a Conferência de Paris sobre as alterações climáticas alcance acordos fundamentais e efectivos.
Todavia não são suficientes os compromissos solenemente assumidos, mesmo se constituem um passo necessário para a solução dos problemas. A definição clássica de justiça, a que antes me referi, contém como elemento essencial uma vontade constante e perpétua: Iustitia est constans et perpetua voluntas ius suum cuique tribuendi. O mundo pede vivamente a todos os governantes uma vontade efectiva, prática, constante, feita de passos concretos e medidas imediatas, para preservar e melhorar o ambiente natural e superar o mais rapidamente possível o fenómeno da exclusão social e económica, com suas tristes consequências de tráfico de seres humanos, tráfico de órgãos e tecidos humanos, exploração sexual de meninos e meninas, trabalho escravo, incluindo a prostituição, tráfico de drogas e de armas, terrorismo e criminalidade internacional organizada. Tal é a magnitude destas situações e o número de vidas inocentes envolvidas que devemos evitar qualquer tentação de cair num nominalismo declamatório com efeito tranquilizador sobre as consciências. Devemos ter cuidado com as nossas instituições para que sejam realmente eficazes na luta contra estes flagelos.
A multiplicidade e complexidade dos problemas exigem servir-se de instrumentos técnicos de medição. Isto, porém, esconde um duplo perigo: limitar-se ao exercício burocrático de redigir longas enumerações de bons propósitos – metas, objectivos e indicadores estatísticos –, ou julgar que uma solução teórica única e apriorística dará resposta a todos os desafios. É preciso não perder de vista, em momento algum, que a acção política e económica só é eficaz quando é concebida como uma actividade prudencial, guiada por um conceito perene de justiça e que tem sempre presente que, antes e para além de planos e programas, existem mulheres e homens concretos, iguais aos governantes, que vivem, lutam e sofrem e que muitas vezes se vêem obrigados a viver miseravelmente, privados de qualquer direito.
Para que estes homens e mulheres concretos possam subtrair-se à pobreza extrema, é preciso permitir-lhes que sejam actores dignos do seu próprio destino. O desenvolvimento humano integral e o pleno exercício da dignidade humana não podem ser impostos; devem ser construídos e realizados por cada um, por cada família, em comunhão com os outros seres humanos e num relacionamento correcto com todos os ambientes onde se desenvolve a sociabilidade humana – amigos, comunidades, aldeias e vilas, escolas, empresas e sindicatos, províncias, países, etc. Isto supõe e exige o direito à educação – mesmo para as meninas (excluídas em alguns lugares) –, que é assegurado antes de mais nada respeitando e reforçando o direito primário das famílias a educar e o direito das Igrejas e de agregações sociais a apoiar e colaborar com as famílias na educação das suas filhas e dos seus filhos. A educação, assim entendida, é a base para a realização da Agenda 2030 e para a recuperação do ambiente.
Ao mesmo tempo, os governantes devem fazer o máximo possível por que todos possam dispor da base mínima material e espiritual para tornar efectiva a sua dignidade e para formar e manter uma família, que é a célula primária de qualquer desenvolvimento social. A nível material, este mínimo absoluto tem três nomes: casa, trabalho e terra. E, a nível espiritual, um nome: liberdade do espírito, que inclui a liberdade religiosa, o direito à educação e os outros direitos civis.
Por todas estas razões, a medida e o indicador mais simples e adequado do cumprimento da nova Agenda para o desenvolvimento será o acesso efectivo, prático e imediato, para todos, aos bens materiais e espirituais indispensáveis: habitação própria, trabalho digno e devidamente remunerado, alimentação adequada e água potável; liberdade religiosa e, mais em geral, liberdade do espírito e educação. Ao mesmo tempo, estes pilares do desenvolvimento humano integral têm um fundamento comum, que é o direito à vida, e, em sentido ainda mais amplo, aquilo a que poderemos chamar o direito à existência da própria natureza humana.
A crise ecológica, juntamente com a destruição de grande parte da biodiversidade, pode pôr em perigo a própria existência da espécie humana. As nefastas consequências duma irresponsável má-gestão da economia mundial, guiada unicamente pela ambição de lucro e poder, devem constituir um apelo a esta severa reflexão sobre o homem: «O homem não se cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza» (BENTO XVI, Discurso ao Parlamento da República Federal da Alemanha, 22 de Setembro de 2011; citado na Enc. Laudato si’, 6). A criação vê-se prejudicada «onde nós mesmos somos a última instância (…). E o desperdício da criação começa onde já não reconhecemos qualquer instância acima de nós, mas vemo-nos unicamente a nós mesmos» (BENTO XVI, Discurso ao clero da Diocese de Bolzano-Bressanone, 6 de Agosto de 2008; citado na Enc. Laudato si’, 6). Por isso, a defesa do ambiente e a luta contra a exclusão exigem o reconhecimento duma lei moral inscrita na própria natureza humana, que inclui a distinção natural entre homem e mulher (cf. Enc. Laudato si’, 155) e o respeito absoluto da vida em todas as suas fases e dimensões (cf. ibid., 123; 136).
Sem o reconhecimento de alguns limites éticos naturais inultrapassáveis e sem a imediata actuação dos referidos pilares do desenvolvimento humano integral, o ideal de «preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra» (Carta das Nações Unidas, Preâmbulo) e «promover o progresso social e um padrão mais elevado de viver em maior liberdade» (ibid.) corre o risco de se tornar uma miragem inatingível ou, pior ainda, palavras vazias que servem como desculpa para qualquer abuso e corrupção ou para promover uma colonização ideológica através da imposição de modelos e estilos de vida anormais, alheios à identidade dos povos e, em última análise, irresponsáveis.
A guerra é a negação de todos os direitos e uma agressão dramática ao meio ambiente. Se se quiser um desenvolvimento humano integral autêntico para todos, é preciso continuar incansavelmente no esforço de evitar a guerra entre as nações e entre os povos.
Para isso, é preciso garantir o domínio incontrastado do direito e o recurso incansável às negociações, aos mediadores e à arbitragem, como é proposto pela Carta das Nações Unidas, verdadeira norma jurídica fundamental. A experiência destes setenta anos de existência das Nações Unidas, em geral, e, de modo particular, a experiência dos primeiros quinze anos do terceiro milénio mostram tanto a eficácia da plena aplicação das normas internacionais como a ineficácia da sua inobservância. Se se respeita e aplica a Carta das Nações Unidas, com transparência e sinceridade, sem segundos fins, como um ponto de referência obrigatório de justiça e não como um instrumento para mascarar intenções ambíguas, obtém-se resultados de paz. Quando, pelo contrário, se confunde a norma com um simples instrumento que se usa quando resulta favorável e se contorna quando não o é, abre-se uma verdadeira caixa de Pandora com forças incontroláveis, que prejudicam seriamente as populações inermes, o ambiente cultural e também o ambiente biológico.
O Preâmbulo e o primeiro artigo da Carta das Nações Unidas indicam as bases da construção jurídica internacional: a paz, a solução pacífica das controvérsias e o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações. Contrasta fortemente com estas afirmações – e nega-as na prática – a tendência sempre presente para a proliferação das armas, especialmente as de destruição em massa, como o podem ser as armas nucleares. Uma ética e um direito baseados sobre a ameaça da destruição recíproca – e, potencialmente, de toda a humanidade – são contraditórios e constituem um dolo em toda a construção das Nações Unidas, que se tornariam «Nações Unidas pelo medo e a desconfiança». É preciso trabalhar por um mundo sem armas nucleares, aplicando plenamente, na letra e no espírito, o Tratado de Não-Proliferação para se chegar a uma proibição total destes instrumentos.
O recente acordo sobre a questão nuclear, numa região sensível da Ásia e do Médio Oriente, é uma prova das possibilidades da boa vontade política e do direito, cultivados com sinceridade, paciência e constância. Faço votos de que este acordo seja duradouro e eficaz e, com a colaboração de todas as partes envolvidas, produza os frutos esperados.
Nesta linha, não faltam provas graves das consequências negativas de intervenções políticas e militares não coordenadas entre os membros da comunidade internacional. Por isso, embora desejasse não ter necessidade de o fazer, não posso deixar de reiterar os meus apelos que venho repetidamente fazendo em relação à dolorosa situação de todo o Médio Oriente, do Norte de África e de outros países africanos, onde os cristãos, juntamente com outros grupos culturais ou étnicos e também com aquela parte dos membros da religião maioritária que não quer deixar-se envolver pelo ódio e a loucura, foram obrigados a ser testemunhas da destruição dos seus lugares de culto, do seu património cultural e religioso, das suas casas e haveres, e foram postos perante a alternativa de escapar ou pagar a adesão ao bem e à paz com a sua própria vida ou com a escravidão.
Estas realidades devem constituir um sério apelo a um exame de consciência por parte daqueles que têm a responsabilidade pela condução dos assuntos internacionais. Não só nos casos de perseguição religiosa ou cultural, mas em toda a situação de conflito, como na Ucrânia, Síria, Iraque, Líbia, Sudão do Sul e na região dos Grandes Lagos, antes dos interesses de parte, mesmo legítimos, existem rostos concretos. Nas guerras e conflitos, existem pessoas, nossos irmãos e irmãs, homens e mulheres, jovens e idosos, meninos e meninas que choram, sofrem e morrem. Seres humanos que se tornam material de descarte, enquanto nada mais se faz senão enumerar problemas, estratégias e discussões.
Como pedi ao Secretário-Geral das Nações Unidas, na minha carta de 9 de Agosto de 2014, «a mais elementar compreensão da dignidade humana obriga a comunidade internacional, em particular através das regras e dos mecanismos do direito internacional, a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para impedir e prevenir ulteriores violências sistemáticas contra as minorias étnicas e religiosas» e para proteger as populações inocentes.
Nesta mesma linha, quero citar outro tipo de conflitualidade, nem sempre assim explicitada, mas que inclui silenciosamente a morte de milhões de pessoas. Muitas das nossas sociedades vivem um tipo diferente de guerra com o fenómeno do narcotráfico. Uma guerra «suportada» e pobremente combatida. O narcotráfico, por sua própria natureza, é acompanhado pelo tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro, tráfico de armas, exploração infantil e outras formas de corrupção. Corrupção, que penetrou nos diferentes níveis da vida social, política, militar, artística e religiosa, gerando, em muitos casos, uma estrutura paralela que põe em perigo a credibilidade das nossas instituições.
Comecei a minha intervenção recordando as visitas dos meus antecessores. Agora quereria, em particular, que as minhas palavras fossem como que uma continuação das palavras finais do discurso de Paulo VI, pronunciadas quase há cinquenta anos, mas de valor perene. «Eis chegada a hora em que se impõe uma pausa, um momento de recolhimento, de reflexão, quase de oração: pensar de novo na nossa comum origem, na nossa história, no nosso destino comum. Nunca, como hoje, (…) foi tão necessário o apelo à consciência moral do homem. Porque o perigo não vem nem do progresso nem da ciência, que, bem utilizados, poderão, pelo contrário, resolver um grande número dos graves problemas que assaltam a humanidade» (Discurso aos Representantes dos Estados, 4 de Outubro de 1965, n. 7). Sem dúvida que a genialidade humana, bem aplicada, ajudará a resolver, entre outras coisas, os graves desafios da degradação ecológica e da exclusão. E continuo com as palavras de Paulo VI: «O verdadeiro perigo está no homem, que dispõe de instrumentos sempre cada vez mais poderosos, aptos tanto para a ruína como para as mais elevadas conquistas» (ibid.).
A casa comum de todos os homens deve continuar a erguer-se sobre uma recta compreensão da fraternidade universal e sobre o respeito pela sacralidade de cada vida humana, de cada homem e de cada mulher; dos pobres, dos idosos, das crianças, dos doentes, dos nascituros, dos desempregados, dos abandonados, daqueles que são vistos como descartáveis porque considerados meramente como números desta ou daquela estatística. A casa comum de todos os homens deve edificar-se também sobre a compreensão duma certa sacralidade da natureza criada.
Tal compreensão e respeito exigem um grau superior de sabedoria, que aceite a transcendência, renuncie à construção duma elite omnipotente e entenda que o sentido pleno da vida individual e colectiva está no serviço desinteressado aos outros e no uso prudente e respeitoso da criação para o bem comum. Repetindo palavras de Paulo VI, «o edifício da civilização moderna deve construir-se sobre princípios espirituais, os únicos capazes não apenas de o sustentar, mas também de o iluminar e de o animar» (ibid.).
O Gaúcho Martín Fierro, um clássico da literatura da minha terra natal, canta: «Os irmãos estejam unidos, porque esta é a primeira lei. Tenham união verdadeira em qualquer tempo que seja, porque se litigam entre si, devorá-los-ão os de fora».
O mundo contemporâneo, aparentemente interligado, experimenta uma crescente, consistente e contínua fragmentação social que põe em perigo «todo o fundamento da vida social» e assim «acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos próprios interesses» (Enc. Laudato si’, 229).
O tempo presente convida-nos a privilegiar acções que possam gerar novos dinamismos na sociedade e frutifiquem em acontecimentos históricos importantes e positivos (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 223).
Não podemos permitir-nos o adiamento de «algumas agendas» para o futuro. O futuro exige-nos decisões críticas e globais face aos conflitos mundiais que aumentam o número dos excluídos e necessitados.
A louvável construção jurídica internacional da Organização das Nações Unidas e de todas as suas realizações – melhorável como qualquer outra obra humana e, ao mesmo tempo, necessária – pode ser penhor dum futuro seguro e feliz para as gerações futuras. Sê-lo-á se os representantes dos Estados souberem pôr de lado interesses sectoriais e ideologias e procurarem sinceramente o serviço do bem comum. Peço a Deus omnipotente que assim seja, assegurando-vos o meu apoio, a minha oração, bem como o apoio e as orações de todos os fiéis da Igreja Católica, para que esta Instituição, com todos os seus Estados-Membros e cada um dos seus funcionários, preste sempre um serviço eficaz à humanidade, um serviço respeitoso da diversidade e que saiba potenciar, para o bem comum, o melhor de cada nação e de cada cidadão.
A bênção do Altíssimo, a paz e a prosperidade para todos vós e para todos os vossos povos. Obrigado!
(from Vatican Radio)
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Força Diegão - Quando a fé e a ciência somadas o resultado não é diferente deste: Vitória, Vida e Verdade!
Quando os médicos disseram não podemos fazer mais nada e o quadro de infecção não permitirá que vida continue por mais que 24h, então Deus foi lá e fez! Porque a vida só é ilimitada nas possibilidades que Ele/Autor pode oferecer.
Fora Dele, tudo se limita e fenece.
"Muitos amigos estiveram conosco nesta linda manhã durante a celebração da Santa Missa pelo Aniversário do nosso irmão Diegão.
Quem não pôde ir, poderá assistir pelo CETV, hoje ao meio dia na TV Verdes Mares, a matéria com depoimentos, um pouco do que aconteceu nesta manhã dia 27 de agosto, dia do aniversário do Diegão, e ver a grande alegria que predominou naquele santo lugar pelo grande milagre que estamos presenciando com esta vitória.
Deus abençoe cada um de vocês. A vitória é nossa!
Obrigada, Senhor!"
#ForçaDiegão
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