quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A pa(lavra) - Dezembro de 2011

“Olhai as aves no céu, Olhai os lírios do campo” (Mt 6,26)

É preciso saber se o que havia, na largada, corresponde ao que se encontra na chegada. Há quem parta e se reparta e, após a parte ida, permaneça, por (in)devido, no mesmo lugar. Há pessoas que dão passos em direção a um objetivo e, por inteiro, não se fazem presentes, (in)oportuna(mente), onde quer que venham a chegar. Elas tiveram a partida, a largada, contudo, não saíram, permaneceram no mesmo lugar. A par(ti)da é a parte que vai da outra que fica. Quando algo parte, também se reparte e o mesmo, depois, não será. Por isso, é preciso saber o momento exato de avançar e de recuar. Nem só quem atravessa desertos pode se perder ao ir ou ao voltar. Aquele que faz avanços pode, no afã, na ânsia, precipitar-se. Aquele que recua o faz para melhor se preparar ou porque encontra alguma razão que o impeça de avançar. Os dois lados, em qualquer questão, é preciso sempre analisar. Se tu pensas em recuar, que seja em vista de um fortalecimento, de modo a, depois, seguir em frente. E quando decidires avançar, precisas, de antemão, ter certo aonde tu queres chegar, porque de recuos e avanços há, na vida, quem se canse.
Algumas paradas, ao longo do caminho, é preciso realizar. Quem sempre caminha adiante e sem parar não encontrará na própria caminhada a razão de continuar. É árido todo o percurso que se faça sem objetivo claro o qual se pretende alcançar. A caminhada, contudo, por si mesma, não dá a razão de poder e querer avançar. O caminho é o meio, a caminhada é o momento, mas a razão precisa estar presente tanto no início quanto no que se intenta alcançar objetivamente. Sem clara razão, é vão continuar. Não há, sem razão, para que recuar ou avançar. Seria o mundo do sem sentido de viver por viver, apenas vegetar. Uma motivação clara, razão primeira que justifique o início da largada e o ponto de chegada, antes de teus passos efetivarem o percurso, é preciso encontrar. Do contrário, na aridez da insensatez, viver-se-á, quais passantes que fazem travessia, movidos pelo impulso de encontrar um espaço que não aquele que estejam, então, a ocupar.

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