A pa(lavra)
Outubro de 2011
“Permanecei em meu amor”.
(Jo 15,9)
O que encontra pousada no coração se antepõe ao que vem pelo nome de coação. A ação que coage é ação produtora de fruto que, se age, não permanece; mas apenas surgindo, fenece, não floresce.
O que pousa no coração e lhe confere sentido faz com que os teus atos sejam devidos e não por indevido venham a acontecer. Aquele que coage não age, apenas executa o que se há por fazer. Aquele que age por coação não expressa o seu ser na sua ação, mas apenas o medo de não ser aniquilado, e o medo que leva a agir não faz o novo, a partir daí, emergir. O que pelo bem repousa no coração dá cor à ação. Nada fica aquém ou além do que vem pela coação. Coração e coação estão em lugares diferentes. Agir com o coração dá cor à ação; agir por coação é dar asas ao medo, limiar do desespero, negação do ser.
Se tiveres, pois, de enfrentar determinada situação, agindo com o coração ou por coação, está em ti aceitar ou recusar tal posição. Para tanto, um preço haverás de pagar. Viver, afinal de contas, é ter que optar. Tu não podes estar aqui, estando, ao mesmo tempo, lá. Que tua opção se faça em razão de um sentido, porque agir pelo não sentido é ser perpetuamente coagido, “é anoitecer sem ter amanhecido”. Aquele que, apenas coagido, por medo, por precisão, por ilusão, por alguma dada razão, não traz consigo nenhuma eficácia que garanta continuidade de ação.
É tua a decisão.
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