Quando alguém decide fazer uma partilha, a mais autêntica, a mais verdadeira, é aquela que se faz da própria vida, a partilha dos bens é um sinal de uma partilha maior e mais profunda, partilhar a vida com o outro é sinal de busca de encontrar no outro o que cessa a aridez da alma tornando-a fecunda.
Aquele que sabe partilhar, sabe estabelecer o limite entre o avançar e o recuar. Aquele que faz uma partilha sabe o que é seu que ao outro também é devido. Sabe que o que parte do outro se for bem acolhido poderá ser multiplicado e o fruto que tem em ambos a mesma origem poderá tornar outros necessitados igualmente socorridos. na comunidade dos cristãos partilhava-se o pão porque primeiro partilhava-se a vida. de sorte, que entre eles, não havia necessitados, porque o pão era partilhado, a vida era em comum e a vivência fraterna era condição pela qual eles eram reconhecidos e o número dos escolhidos aumentavam. Aquele que faz uma partilha não duvida da multiplicidade de beneficiários ou beneficiados que este ato pode gerar, pois não acumula para si o que em benefícios para outros também resultará. Assim crescia a comunidade primitiva numa vivência de fraternidade, na partilha do pão e da Palavra, e nisso Deus neles era glorificado.
É preciso voltar a refontização. é preciso entender nas páginas do Evangelho, o Espírito que animava os primeiros cristãos e trazer esse Espírito para os tempos atuais afim de que a marca, a vivência fraterna e orientação pela Palavra seja o traço que a muitos atrai. Fica, portanto, o desafio que não pode estar só de forma ocasional, por vezes até por um fio. Fica o desafio de sermos constantes, participantes do mesmo Espírito que animava os primeiros irmãos nossos irmãos cristãos. O Evangelho conta os Atos Apóstolos testemunham como a Palavra foi acolhida por aqueles que não se consideravam povo escolhido, porque Deus age sem medida, pela largueza da misericórdia de seu coração. Se tu te decides a fazer um seguimento precisas saber que antes de ti o Evangelho por outros foi acolhido e no princípio foi matriz de sofrimento. Honra o que te foi transmitido, não te feches a partilhar. Testemunha o Ressuscitado com a tua vida, com ações que preservem a vida, a fim de que a morte no meio de nós não venha se instalar. E dessa forma, o Senhor será mais conhecido, mais amado e glorificado. Desta forma, nós seremos os primeiros a nos tornar um dos outros reconhecidos, reconhecidos porque no meio de nós, Vivo o Senhor já está. Reconheceremos uns aos outros porque testemunharemos que Vivo o Senhor Ressuscitado o Senhor já está. Louvado Seja o Nosso Senhor Jesus Cristo.
Fonte: Retiro dos Consagrantes de 22 à 25 de maio de 2014 - Grupos da Terra

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